Lamento marítimo
Estendo ao comprido a vela rota, sentado a meio-navio
Contando os buracos, a vontade fundeada no instante.
A noite emoldura em breu e relento,
A face da Lua tatuada no tempo,
Irmanada da minha em quarto minguante.
O vento tem nele o cheiro da cinza morna
De fogueiras a arder em enseadas distantes.
Do calor que emanam, nenhum bastou.
Aqui todas as lembranças são mágoas
Reflexos quebrados na superfície das águas
Que ora matam, ora embalam os mortos.
Comentários
De qualquer forma.. gostei do texto.(como de ti "chico")