Circumferentia
Cometem-se hoje os mesmos pecados de outrora,
Os mesmos pecados de todos os outroras,
O mesmo de sempre, desde o primeiro doravante:
Os mesmos outroras cometidos de ontem,
São os mesmos cometidos outroras de hoje
E a todo e qualquer instante.
Rompe a manhã, rompe a hora,
Rasgam-se os olhos, rasgam-se os músculos,
Rompe-se a ilusão, abre-se o dia
E não há distância, não há diferença,
Não há infância, porque não há tempo.
O que há é Geometria!
Por entre os pontos duma mesma figura
Afigura-se a distância fria de sempre,
A terna constância, o mesmo agora
Aos olhos de quem por fora nada vê
No olhar de quem ignora que se revê
Preso no centro a olhar para fora.
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